Fourvière: 204 anos da Promessa
Por inspiração da própria Virgem Maria, alguns jovens seminaristas, da diocese de Lyon na França, receberam o chamado de construir uma Sociedade que levasse seu nome, intitulada Sociedade de Maria, e aqueles que fossem consagrados à essa mesma Sociedade seriam chamados de Maristas.
Alguns anos após essa inspiração e chamado, amadureceram e compartilharam essa ideia com outros colegas seminaristas e padres, sendo bem aceita. Finalmente, no dia 23 de julho de 1816, aconteceu o episódio, considerado como o marco inicial da Sociedade de Maria. Nesse dia, 12 jovens, entre eles padres recém ordenados e seminaristas, resolveram se comprometer firmemente à Obra de Maria.
Sobem à Colina de Fourvière, onde está erigido um santuário em honra de Nossa Senhora de Fourvière, a fim de celebrarem uma missa com a intenção de assumirem seriamente o projeto. Ao fim da celebração, escrevem uma carta-compromisso no qual apresentam o projeto e firmam a promessa com sincera intenção. Nessa promessa assumem o compromisso de levar a ideia a frente com seriedade e sinceridade de coração e, se preciso, dariam suas vidas pela Obra. A promessa que fizeram foi a seguinte:
“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Tudo para a maior glória de Deus, e para a honra de Maria, Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo! Nós, abaixo assinados, queremos trabalhar para a maior glória de Deus e de Maria, mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, afirmamos que temos a sincera intenção e a firme vontade de nos consagrar, logo que surgir oportunidade, à instituição da piedosíssima Congregação dos Maristas. Eis porque, pelo presente ato, que leva nossas assinaturas, dedicamo-nos irrevogavelmente, nós e tudo o que temos, tanto quanto possível, à Sociedade da Bem-aventurada Virgem Maria.
Este compromisso nós o assumimos, não levianamente como crianças, nem por razões humanas ou por algum interesse temporal, mas com toda a sinceridade, após termos refletido seriamente, tomado conselho e pesado tudo diante de Deus, unicamente para a glória de Deus e honra de Maria, mãe de nosso Senhor Jesus Cristo.
Para atingirmos este objetivo, dispomo-nos a assumir quaisquer contrariedades, trabalhos, sofrimentos e, se preciso, todos os tormentos; tudo podendo naquele que nos dá forças, nosso Senhor Jesus Cristo, a quem, por isso mesmo, prometemos fidelidade, no seio de nossa Mãe, a santa Igreja Católica e Romana; unindo-nos com todas as nossas energias, ao chefe santíssimo desta mesma Igreja, o romano pontífice, e também ao nosso reverendíssimo bispo, para, deste modo, sermos bons ministros de Jesus Cristo, nutridos pelas palavras da fé e da sã doutrina que recebemos por sua graça; confiamos que, sob o governo pacífico e religioso de nosso rei cristianíssimo, esta maravilhosa instituição será fundada. Prometemos solenemente nos doar, nós e tudo que temos, para salvarmos as almas por todos os meios, sob o nome augustíssimo de Virgem Maria e sob seus auspícios. Respeitamos, entretanto, em tudo, o parecer dos superiores. ‘Louvada seja a santa e imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria! Assim seja!’”
(Subindo a Fouvière: Comemorando o bicentenário da promessa Marista. http://maristas.org.br/arq/arquivo/Documento%20de%20apoio_Subindo%20a%20Fourvi%C3%A8re.pdf)
Assim como os primeiros Maristas, nós, Maristas de hoje, somos chamados a renovar essa promessa com tal seriedade e firmeza. Precisamos fazer nova a promessa de Fourvière, assumindo-a novamente, e a cada vez mais, com maior convicção, com uma doação livre e espontânea à Obra de Maria.
Mauro Miguel, seminarista Marista



