Bicentenário

Em Fourvière, colina situada sobre as bases da antiga cidade pagã de Lyon, na França, foi erguido no século XII um santuário dedicado a Maria. Ali, em julho de 1816, doze jovens levam suas intenções e propósitos a Nossa Senhora. E a Mãe de Fourvière acolhe e acompanha o projeto daquele grupo. “Assim como foi o apoio da Igreja nascente, assim sê-lo-á nos últimos tempos. Estas palavras presidiram o começo da Sociedade” (OM 582). E lhes serviram de fundamento e alento (OM 674).

“Consagrar-se equivale a se entregar. Consagrar-se a Jesus por meio de Maria significa atualizar o compromisso de nosso batismo, para acolher a aurora dos novos tempos. Fourvière inspira o novo início da Fundação Marista e convida a assumir a vida como consagração que remete às origens para sair rumo às novas terras da missão”¹. “Maria vai servir-se de nós, seus filhos; sejamos dignos; servindo-se de nós, Ela lutará contra o demônio e o mundo; e, através de nós, Ela vencerá” (Colin ES 160, 6s). Hoje Maria está com o coração aberto para acolher outros Maristas em missão.

Após a tomada de decisão dos primeiros maristas, não há garantia de êxito. Trata-se de iniciar. É preciso ir onde Deus se encontra. “Desde o início mostram-nos um caminho aberto ao que Deus quiser, mas sem saber o que virá, sem outra garantira além da fidelidade pessoal e coletiva. E uma confiança sem limites”. Não sabem sequer o que vão prometer; desconhecem o que vão se tornar. Prometem o que não podem. Estão longe de um projeto profissional. É antes uma aposta no desconhecido… e convidam-nos a dar o mesmo passo, igualmente no escuro.

“Os termos da promessa se apoiam na sólida base do grupo: um grupo que fala uníssono, onde cada um encontra a fonte e a confiança em sua palavra pessoal. Sabemos que a comunhão, o estar juntos, é importante para cumprimento da promessa. Os primeiros Maristas descobriram, aprofundaram, inventaram, formularam uma maneira de viver e de se comprometer”². Uniram-se através de sua atitude e de sua promessa. E convenciam a mais de um a se unir a eles. Cabe a nós continuar a viajem. Medimos a importância da confiança mútua, em nossas comunidades, para permanecermos juntos, para avançarmos na vida marista, para realizarmos nossa missão, para inventarmos, hoje, modalidades que nos animem na fé.

“O esforço de identificação com Maria se inscreve na vida cotidiana, na comunidade, nos compromissos pastorais e profissionais de cada um”³. Devemos “abraçar plenamente nossa identidade Marista” (Pe. John Hannan, sm).

¹²³ Herdeiros da Promessa(J. Taylor; A. Estaún; F. Drouilly)

Época de Maria(Jan Snsjders, sm)