Padres Maristas
Após a Promessa de Fourvière, em 1816, o recém-ordenado João Cláudio Colin foi nomeado pároco de Cerdon por seis anos. Durante esse período, ele trabalha no primeiro esquema da chamada “regra” da congregação. Ele escreve ao Papa Pio VII e, seguindo recomendação desse pontífice, vai a Paris para visitar o Núncio. Demonstrou ser um bom negociador e ficou reconhecido por sua modéstia e sinceridade. Por sua dedicação, incansável trabalho na fundação, no reconhecimento da nova Sociedade, foi eleito Superior Central do pequeno grupo de Maristas de Belley e Lyon, em 1830. Em 29 de abril de 1836, assim que foi aprovado o ramo sacerdotal da Sociedade de Maria, Pe. Colin recebeu a grande responsabilidade da missão no Pacífico Ocidental, quando 24 membros elegeram-no como Superior Geral.
Durante os 18 anos de seu generalato, a Sociedade cresceu consideravelmente. Ele fundou diversas casas na França e enviou muitos Maristas para o campo de missão na Oceania. Também dedicou bastante tempo a escrever as Constituições. Foi uma época com inúmeros desafios e grandes dificuldades.
Jean-Claude Colin foi homem de profunda paixão pela “Obra de Maria” e por “Sua Sociedade”. Um santo, com muito amor pela Santíssima Virgem. Sua modéstia e firmeza ficaram bem conhecidas. Fina inteligência e determinação fizeram dele uma pessoa com grande personalidade. Morreu em La Neylière, em 15 de novembro de 1875, dois anos após as Constituições serem aprovadas pela Santa Sé.
Os Padres Maristas dão testemunho, do jeito de Maria, de uma Igreja em busca de Jesus Cristo, humilde e serva, chegada a todos, em particular aos mais abandonados – e eles se dedicam a essa missão. Estão em 37 países e sua prioridade é anunciar o Evangelho aos jovens, em especial aos com dificuldades, e aos não crentes.
Espiritualidade
A autonomia de cada um dos ramos da Sociedade de Maria, autorizada por Roma, possibilitou-lhes desenvolver sua própria espiritualidade e os matizes particulares vividos num projeto comum – anunciar a salvação de Cristo a todos os homens e todas as mulheres, sob a proteção e o olhar de Maria.
Na concepção de espiritualidade dos Padres Maristas, destacam-se: a consciência de ser gratuitamente escolhido e chamado por Maria; ser apoio para a Igreja tal como Maria; ser exemplo da misericórdia divina de maneira discreta, desejando fazer grandes coisas por Deus, mas de forma ignorada e escondida no mundo.
“Por uma escolha gratuita”
A expressão escolha gratuita descreve o dom especial de ser chamado e escolhido por Maria. Essa é a novidade radical da Sociedade de Maria e de cada Marista em particular: ter sido escolhido pela Virgem Maria para ser sua presença na Igreja. Essa responsabilidade requer do Marista uma relação nova e diferente com Maria e com a Igreja, a fim de identificar-se primeiro com ela e depois com todo o restante, sendo presença de Maria neste mundo. Isso faz com que o Marista sempre veja Maria “na situação”, ou seja, trabalhando na Igreja; uma Maria humana e próxima, que está ao nosso lado, não lá em cima. Uma Maria de quem há muito o que falar, porque ela está presente no mundo e nele se manifesta.
“Eu fui o apoio da Igreja nascente e também o serei no fim dos tempos”
Maria esteve presente apoiando a Igreja nascente. Ela deseja estar presente também hoje, por meio de uma família de crentes que vivam seu espírito e realizem sua obra: deseja reunir todo o mundo para seu Filho e, ao serem todos tocados pela misericórdia de Deus, alcançar a unidade – um só coração e uma só alma. Da mesma forma que fez Maria no início, uma família apoia a comunidade cristã. Há muitos lugares onde a Igreja hoje está nascendo, ou renascendo, lugares no centro ou na fronteira da Igreja, onde pessoas ou grupos se esforçam para construir uma comunidade em que se pode ouvir a Boa-Nova a eles dirigida e experimentar o amor de Deus através dos outros.
“Instrumentos da Misericórdia de Deus”
A tradição cristã vê Maria como “Mãe de Misericórdia”. O Marista foi chamado a ser presença misericordiosa de Maria no mundo, agindo de modo que o coração predomine sobre o julgamento. O Marista busca apresentar um Deus Pai e Mãe, que cuida de todas as pessoas que sofrem com a dor de seus filhos e filhas. O Marista procura apresentar uma relação com Deus baseada principalmente no mandamento do amor, sendo compassivo e compreensivo com a fragilidade humana. Para ser instrumento de Misericórdia, o Marista luta para ser como Maria e, como a Virgem, pensar, julgar, sentir e agir.
Missão
A missão Marista deve ser caracterizada por uma dimensão comunitária. Os Maristas vivem e trabalham em comunidade. Desde o tempo do Fundador, os Padres (e Irmãos dentro do ramo dos Padres) chegaram a diferentes partes do mundo. Hoje, os Padres Maristas trabalham em mais de 30 países: nas escolas, na pastoral universitária, na formação de adultos nas paróquias e nos santuários, trabalhando também como capelães nas prisões e hospitais. Alguns trabalham com grupos muito abandonados, cumprindo a missão em áreas com necessidades sociais, pobreza e ambientes não cristãos.
Na atualidade, o ramo dos Padres Maristas está formado por pouco mais de 950 membros, vivendo em comunidades denominadas Províncias e Distritos Missionários. As comunidades Maristas são cada vez mais internacionais, o que também acontece com a formação: foram estabelecidos o noviciado internacional nas Filipinas e o teologado internacional de Roma.
Vocações
Os Padres Maristas oram e se alegram por receber novas vocações para a vida religiosa e o sacerdócio Marista. Oferecem aos jovens interessados um discernimento espiritual vocacional nos países onde estão presentes, por intermédio das equipes de animação vocacional, convidando-os a fazer experiências de vida e missão comum como parte do processo. O processo de formação inclui estudos de história e espiritualidade Marista, filosofia e teologia, durante cerca de 10 anos.
___ Texto retirado integralmente do livro FAMÍLIA MARISTA: presença e missão no mundo. Organizado pela Família Marista, representa por:
Pe. Alejandro Muñoz, PADRES MARISTAS
Ir. Apolina Ikauno, IRMÃS MISSIONÁRIAS DA SOCIEDADE DE MARIA
Ir. Bridget Brady, IRMÃS MARISTAS
Ir. João Carlos do Prado, IRMÃOS MARISTAS